A Conferência das Partes realizada em Belém não deixa dúvidas de que os negócios resilientes, eficientes e mais bem vistos pela sociedade são aqueles que conciliam pautas ambientais e sociais com base em uma governança robusta e transparente
Por muito tempo, as pautas de responsabilidade ambiental, social e corporativa, reunidas na famosa sigla ESG, puderam ser consideradas uma espécie de luxo corporativo: as empresas que as praticavam se orgulhavam de suas ações, mas não havia um contexto para que as demais fossem de fato incentivadas – ou pressionadas – a mudar profundamente suas práticas. Na medida em que finalmente os efeitos das mudanças climáticas se tornaram evidentes e inquestionáveis, este cenário mudou rapidamente.
Ao longo de 30 edições da Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas, as COP, este consenso foi construído com base na evolução das organizações para este tema. As empresas, em geral, foram as últimas a aderir, depois das organizações não governamentais e dos países. Mesmo quando elas já realizavam ações em alguma das frentes ESG, não as compartilhavam neste espaço que parecia dedicado a debater basicamente políticas públicas.
O cenário mudou, com base no senso de urgência e na constatação de que as parcerias entre diferentes atores são cruciais para a humanidade avançar na capacidade de se proteger dos impactos que causou a si mesma. As empresas entenderam o contexto e se mostram preparadas para participar dessa transição acelerada, com metas ousadas e investimentos em tecnologia e inovação voltados a transformar a sociedade, com governança robusta e transparente – e também, é claro, a conter os atuais danos das mudanças climáticas e, ao longo das próximas décadas, reverter o cenário em prol da redução de emissões, da destruição da natureza e do melhor aproveitamento dos recursos.
Negociações, debates e propostas
Entre delegações de governos de quase 200 países, diplomatas, cientistas e acadêmicos, ativistas e representantes da sociedade civil e da imprensa, estão passando por Belém (PA) aproximadamente 50 mil pessoas. Dos dias 10 e 21 de novembro, elas se distribuem entre as chamadas Blue Zone, o espaço restrito a pessoas credenciadas e onde acontecem as negociações diplomáticas, e a Green Zone, espaço de livre acesso e dedicado às manifestações e aos debates de diversos setores da comunidade global. Entre as duas áreas, nas ruas, nas praças, o que se vê é uma amostra da diversidade global, com diferentes idiomas, cores e estilos convivendo em harmonia – e conhecendo os sabores típicos extraídos há séculos da Floresta Amazônica.
A COP brasileira proporciona espaços de imersão sobre práticas sustentáveis para o futuro e de debates concretos a respeito dos caminhos que a humanidade precisa trilhar para garantir qualidade de vida, eficiência e produtividade, sem abrir mão do combate às mudanças climáticas e da implementação de ações capazes de reduzir o uso de recursos e proteger a natureza.
Os debates são orientados seguindo um mantra, repetido diariamente nos encontros abertos, nas entrevistas e nos corredores dos mais variados espaços do evento: esta é a COP da implementação. Ao longo de 29 edições, especialmente nas últimas 10, objetivos já foram traçados, metas prometidas, temas espinhosos traduzidos para termos diplomáticos… o momento é de agir de acordo com rotas claras e compromissos bem estabelecidos. Não há mais tempo para promessas ou compromissos apenas de longo prazo.
Três tendências urgentes
As ações concretas propostas pelas principais lideranças da COP30 seguem principalmente as seguintes frentes:
1. Transição energética
Reconhecido mundialmente por suas fontes energéticas majoritariamente renováveis, o Brasil busca liderar a construção de um roadmap com etapas, prazos e responsabilidades de cada país na substituição de combustíveis de origem fóssil. Considerando o quanto a energia é central para a vida em sociedade e todos os setores da economia, a pauta é das mais relevantes.
Na medida em que os países que ainda dependem de fontes poluentes começarem a acelerar fundo na direção de novas opções, as empresas serão pressionadas a entregar desempenho nessa frente, no curto prazo.
2. Adaptação climática
Em 2024, pela primeira vez, o mundo superou a temperatura média em 1,5oC desde o início da era industrial, uma meta estabelecida pelo Acordo de Paris de 2015. O que significa que, em paralelo às ações de contenção dos efeitos das mudanças climáticas, é crucial começar a investir na adaptação aos incidentes que já se tornaram mais frequentes, como crises de seca, ondas de calor, enchentes e tempestades – inclusive no país, onde, de acordo com a Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica, foram registrados mais de 4 mil incidentes apenas entre 2020 e 2023, com um aumento médio da ordem de 250%, na comparação com a década de 1990.
Como ficou claro com incidentes como as enchentes do Rio Grande do Sul e a recente destruição da cidade paranaense de Rio Bonito do Iguaçu, além das graves secas no Pantanal e no entorno dos rios amazônicos em 2023 e 2024, proteger os territórios dos novos incidentes tornou-se uma questão urgente, que o poder público não consegue bancar sozinho.
3. Financiamento
A conferência vem sendo utilizada para debater caminhos para colocar em prática o chamado roteiro de Baku a Belém, que consiste em saltar, até 2035, de US$ 200 milhões para US$ 1,3 trilhão em fundos mobilizados para as mudanças estruturais relacionadas ao clima. Diversas iniciativas ao redor do planeta buscam acelerar esta captação de recursos, e o setor produtivo e as empresas privadas certamente vão ser intimadas a participar deste esforço.
Não se trata apenas de fazer doações, mas de participar ativamente de um cenário em que os recursos são aplicados de forma eficaz, em mudanças no uso de fontes energéticas, mas também no reforço da infraestrutura das cidades para combater os efeitos do aumento da temperatura global – e nas tratativas para preservar as matas, como ficou claro com a proposta brasileira de criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre.
Em todas essas frentes, as lideranças brasileiras no evento de Belém têm insistido na importância de organizações públicas e privadas, de todos os setores produtivos, atuarem segundo o conceito de mutirão, em que cada player atua de acordo com suas principais qualidade e características, sempre em parceria, com um olhar voltado para objetivos compartilhados.
Um chamado para as empresas
É inquestionável que, COP após COP, as negociações avançam e deixam um legado que vai marcar profundamente as estratégias das organizações mais resilientes e bem-sucedidas das próximas décadas. As principais demandas – que são também grandes oportunidades, se bem aproveitadas – variam de acordo com dois perfis de companhias B2B.
Para aquelas que atendem ao setor público, será preciso – em muitos casos já é – conciliar exigências técnicas, preço competitivo e histórico de compliance com uma lista de novas obrigações, incluindo garantias de uso de energia renovável e da realização de ações sociais afirmativas nas áreas de atuação.
A depender do setor de atuação, será necessário garantir que os parceiros contratados também sigam estas exigências, num processo que deverá ser rastreado e validado por meio da busca por certificações confiáveis. As compras públicas também precisarão ser comprovadamente sustentáveis.
A cadeia de suprimentos, aliás, é um tema central neste contexto, já que representa uma grande chance de encontrar eficiência, que tende a gerar, naturalmente, a redução de emissões – já que rotinas mais produtivas tendem a exigir menos deslocamentos. Há também um enorme potencial nas PPPs verdes, focadas em atividade de importância crescente, como infraestrutura sustentável, bioeconomia, restauração e preservação de ativos ambientais, gestão de resíduos sólidos e economia criativa e sustentável.
Já para as empresas que atendem a outras companhias privadas, vai haver uma grande pressão por documentar práticas recomendadas, como o uso consciente de recursos, a redução de emissões de gases poluentes e o reaproveitamento de materiais, que alimente a chamada economia circular, que também gera benefícios sociais.
Para alcançar todos estes objetivos, é preciso conciliar práticas humanizadas com o recurso da inovação para encontrar caminhos criativos, eficientes e consistentes. A tecnologia tem se mostrado uma aliada importante neste processo, desde que as companhias consigam monitorar as mais adequadas e utilizá-las com governança e foco na segurança e na boa comunicação das melhores práticas para as equipes.
Aliás, novas soluções baseadas em automação de processos e rotinas também permitem transformar atividades repetitivas das organizações, como a gestão contábil e tributária e as demandas cotidianas de Recursos Humanos, mas também outras áreas, como vendas e segurança, que podem ser beneficiadas por câmeras e sensores acopladas a sistemas inteligentes capazes de informar com grande agilidade e precisão gaps importantes no uso de energia e da gestão do espaço físico das companhias.
Assim, as equipes passam a ter melhores condições de olhar para o futuro de forma mais estratégicas. Tornam-se, portanto, mais produtivas e satisfeitas, um fator importante para um dos muitos desafios que cercam as organizações neste início de segundo quarto do século 21: a atração e retenção de talentos para novas gerações que, cada vez mais, buscam atuar em companhias comprometidas com pautas ESG, o que inclui a qualidade de vida dos colaboradores.
Trabalho em parceria
Diante desta série de novas demandas, os desafios são enormes, mas as oportunidades se mostram proporcionais. Afinal, as práticas ESG há muito deixaram de representar um gasto adicional ou uma fonte de desgaste nas relações com fornecedores e colaboradores. Ao contrário, práticas de relacionamento com comunidades locais geram lições valiosas para os negócios, além de fortalecer a reputação corporativa, assim como o foco na diversidade das equipes profissionais conecta a organização a práticas mais inovadoras e alinhadas com diferentes públicos.
Da mesma forma, utilizar soluções para reduzir o uso de água e eletricidade, por exemplo, favorece a redução de custos e uma série de ganhos de eficiência nos processos. A excelência em governança, necessária para implementar todas essas medidas de forma planejada e coordenada, também tende a transformar positivamente a gestão das empresas.
Nenhuma dessas tarefas precisa ser executada sem apoio. Enquanto a companhia mantém o foco em seu core business, existem consultorias especializadas em planejamento estratégico capazes de guiar as organizações neste cenário de transformação. Com olhar crítico, atenção ao cenário macro e micro e cuidados na implementação de estratégias personalizadas, elas são capazes de impulsionar seus clientes na direção do novo futuro.
Resultados que importam, estratégias que funcionam
A COP30 vai acabar, mas seus desdobramentos continuarão transformando práticas comerciais, relações entre poder público e privado e até mesmo as estratégias de comunicação – já que a reputação das marcas vai continuar cada dia mais atrelada não apenas a discursos favoráveis à sustentabilidade, mas a práticas consistentes e coerentes com o ESG. E a Montevia acompanha de perto toda essa movimentação e a transforma em insights relevantes para os negócios.
Fundada há dez anos, em 2015, o mesmo ano em que foi realizado o histórico Acordo de Paris, a empresa tem como propósito construir histórias de sucesso baseadas nos melhores resultados. Ao longo de sua trajetória, foram mais de 120 projetos concluídos com sucesso, mais de R$ 100 milhões em receita incremental para os clientes B2B, mais de 40 mil horas de consultoria e treinamentos realizados e mais de 16 mil colaboradores impactados na construção de novas jornadas, projetos e processos.
Como explica Henri Sternberg da companhia, a Montevia é uma consultoria estratégica que entende a dinâmica do mercado em constante evolução e se dedica a ajudar empresas a superar desafios com soluções inovadoras e impactantes.
“Em tempo de revisão de estratégia e desdobramento dela, temos que considerar as tendências parte das informações de que iremos avaliar para ter um plano aderente a cultura e objetivos de negócios. A Montevia se preocupa em entender o todo para com profundidade suportar um planejamento único e contundente de, conectando pensamento estratégico a resultados”.
Comprometida a transformar estratégias em jornadas personalizadas para impulsionar resultados e criar narrativas de sucesso para os clientes, a Montevia desenvolveu uma metodologia própria, que proporciona entregas escaláveis, robustas e seguras em áreas como gestão de marca, comunicação, governança corporativa e desenvolvimento de pessoas, sempre com foco em promover crescimento sustentável.
A Montevia segue comprometida diariamente a entregar os insights mais relevantes, alinhados com as grandes tendências globais e nacionais. O objetivo, finaliza Sternberg, é entregar resultados que importam.